terça-feira, 15 de setembro de 2009

Luto.

Luto.


Estou triste. Muito, muito triste. Perdi alguém importante, marcante e inesquecível para mim... Alguém que acompanhou minhas fases, com palavras de muita reflexão e sabedoria. Com quem aprendi a pensar...
Um ser humano que de tão especial, não se precisava conhecer no cotidiano; era notório, no falar, no agir, no escrever para sabê-lo. Tem pessoas que são assim, basta olhar para saber...
Assim ele era. Seu nome era Antonio Carlos...Meu irmão Carlinho. Bem sei que nem sempre pessoas queridas, nascem debaixo de nosso teto, feito de laços de sangue. Quase sempre nascem em nós, debaixo de uma esfera carregada de afinidades e compreensão... Mas tive o privilegio de tê-lo por irmão e sou grata a Deus por permitir tal coisa, pois tive nele um amigo e um irmão impecáveis... Sentia-me por ele; compreendida, afinada com seu pensar, com seu sentir. Aprendi com ele o canto, o tom, a melodia, a poesia... Aprendi o bem e o mal, o sentido das coisas, a beleza dos instantes. Pessoas como o Carlinho, são seres de outra grandeza...
Não vivem eles, uma vida, mas uma existência... Não chegam; acontecem. Não falam; comunicam-se. Não filosofam sobre as coisas da vida; simplesmente levam pessoas a caminhos de Luz, Amor e Vida.
Tenho um consolo, em meio à dor lancinante de uma perda real. Ele se foi como viveu; sereno e pleno... Veio ao mundo para deixar para nós tanta delicadeza de sentimentos, tanta dignidade..Soube ser coerente consigo mesmo, seus valores, ideais, e assim mesmo respeitados pelos que não o compreendiam...
Inteligente, sensível, verdadeiro em tudo o que fazia. Era também autêntico e digno. Tantos adjetivos num só ser...Choro hoje, a dor da perda permanente, da saudade iminente de tudo o que ele era para mim...
Adeus meu nobre irmão... Sua alma imensa não coube nem suportou a fragilidade de seu corpo adoecido...Que seu legado possa estar em algum lugar em pronta efervescência, embrionando, quem sabe, esperando o momento de lembrar você e matar um pouco da saudade que eu sei que nunca vou deixar de sentir de ti.
.”Ó capitão, meu capitão...”. Que no reino dos poetas, dos amantes das letras e da música, haja uma cadeira...ou melhor dizendo, um nobre assento...e nele, um lugar de honra esperando por ti...Meu amor eterno pra você.

A Despedida do Meu Eu.

A Despedida do Meu Eu.



Ao meu redor nada acontece nada respira. O mundo parou a minha volta pra ouvir a minha dor e somente alguns distraídos não ouviram meu pedido de silêncio. Por ela, minha dor... Pois minha alma está ferida, está mortalmente ferida. Levando-me aos poucos pro que eu penso que seja o vazio.
Não pôde resistir aos muitos golpes que sofreu e por isso mesmo não consegue mais lutar e vicejar. Apenas se entregar, passiva e lentamente, a dor lancinante. Respiro lentamente, que é para doer menos, mas minha alma, esta já desistiu.
Não vou chorar.
Nem reclamar.
Vou apenas esperar.
Pelo tempo.
Pela calma que ele traz.
Pela força que ele concede.
O silêncio permanece, na minha boca muda, neste meu coração entristecido...
Bati a porta. Da minha vida. Vamos ficar aqui, eu e ele aprendendo a conviver. Falei demais e ouvi de menos; escancarei meu coração e agora ele está despedaçado...
Vou me recuperar e aprender com a minha dor... e neste meu silêncio, eu vou rever o que pensava a respeito do que eu chamava de Amor.
No mais, me despeço. Vou me buscar em algum outro lugar e achar lá, um refúgio pra minha alma cansada.

Conclusão

Conclusão




Quando a vida resolve ensinar, o faz por meios misteriosos. Tudo o que ela quer é que estejamos dispostos a aprender, mas por vezes, distraídos que estamos deixamos de lado sua voz. Ela sabe, porém, que aos gritos não seremos convencidos de nada e que somente aprendemos com nossas próprias experiências...
Estive algumas vezes buscando ouvir seus sussurros e até pensei que aqueles ruídos era ela, a me chamar para uma conversa esclarecedora, mas não. Era minha própria consciência, tentando me ajudar em meus dilemas... Como fui precipitada. Confiar só em mim mesma! Resolvi dar ouvidos aos amigos, eles disseram pra eu ouvir meu coração. Quem inventou essa tolice? Quem disse que temos respostas pra tudo ouvindo apenas o nosso coração? O meu está cheio das coisas que quero como poderia estar isento para ajudar a resolver meus conflitos? Ele não entende das coisas que eu penso. Ele nem sempre concorda com o que minha consciência diz. Prefere ficar nas coisas que minha alma deseja, porque acha que meus pensamentos me levam a mundos que eu não posso habitar.
Julgo ser este o dilema de toda a humanidade; encontrar conciliação entre as doces quimeras de um delicado coração que só deseja respirar pelos poros o perfume das flores do campo dos sonhos (seja lá onde fica este lugar) ou a dura realidade que faz de nós seres menos belos do que desejou o Criador, mas capazes de sobreviver às duras penas de se saber apenas um mortal, cheio de limitações...
Triste é a realidade, que tira de tudo a beleza, mostrando que de fato aos Homens não é dado o direito de sonhar, senão para amenizar os sofrimentos de um dia difícil. E neste momento nos iludimos com as coisas, as pessoas e suas verdades. Magoamos-nos, empobrecemos nossa capacidade de acreditar no outro e descobrimos, na verdade que perdemos a fé em nós mesmos.
Perdemos asas de borboletas, a leveza de um vôo inocente entre as flores que plantamos nos corações dos que amamos e retrocedemos, tornando-nos outra vez a sermos meras lagartas, escondidas em casulos, esperando, esperando... Que o Tempo, soberano que é irmão da Vida, pai da Experiência, nos faça querer, com ele, encontrar motivos para continuar.
E a Vida, mãe de todas as verdades, nos revela por fim, que o único caminho pelo qual devemos prosseguir é o que nos leve à esperança e esta por sua vez, ao recomeço.

Teoria dos Instantes

Teoria dos Instantes




Toda a nossa vida se resume a uma infinidade de instantes. Do começo ao fim. O instante existe para eternizarmos em nossas memórias afetivas o melhor e o pior que cada experiência traz...
O paradoxo da existência; os paralelos que a vida transformou em vivências;
Por um instante apenas, você sente medo, coragem, paixões e ódio. Ás vezes vivemos pra odiar, noutras morremos de amor... Certas coisas me causam estranhezas...
Espanto-me com algumas das quais por mais que desejemos não apagamos de nossas memórias por anos a fio...
Mas há momentos, que por um instante que seja nos marca tanto que jamais esqueceremos...
Lembro-me do primeiro beijo, coisa nada demais que veio carregado de expectativas e por fim, num instante caía o mito, a hipótese e o deslumbramento. E vi surgir também por um instante, uma nova página da minha história sendo escrita; a da adolescência... Tão bela, tão doce, pueril e transitória... Passou, rápido demais. Quando vi era passado. Cada pessoa, cada amigo e amiga, ficaram registrados em minha alma melancólica, como que reverenciados por mim, para que jamais caíssem no esquecimento e se eternizassem em minhas recordações... Doces lembranças, cada uma com seu momento, cada um com sua história... Alguns bem vivos, latentes. Outros remotos. Mas presentes.
Ainda lembro-me de instantes de aproximação e tento esquecer os momentos de despedidas das pessoas que mais amei... Elas me fazem querer chorar até hoje... Nomes, rostos, cheiros, músicas, enfim, sempre terei algo que me faça lembrá-los... Seria mais fácil esquecer, alguns diriam. Mas teria que reescrever minha própria história e isso eu não posso fazer. Estão sedimentados monoliticamente... solidamente. Faço de cada um monumentos, memoriais, lendas vivas, renascidas das sombras do meu afeto. Aí vem a correria do dia a dia e os rouba de mim, meu momento de recordação. E eu fico tão vazia... Cheia de sensação de perda. Meus visitantes queridos... Cada um de vocês, onde estiverem, saibam que fazem de mim o que sou hoje... E eu agradeço por isso.
Não há muito que se falar sobre o instante. Ele existe É um fato. E de muitos instantes se faz uma vida. Pensava eu em minha própria história, recheada de momentos, gerados por meros instantes que marcaram minha alma, para sempre.
Pronto, o instante acabou. O texto se encerra, assim, instantaneamente e por fim, foi apenas um desabafo...
Viva cada momento como se fosse único, lembre-se dele como se fosse eterno e aproveite cada instante de sua existência de modo que por fim, cada dia tenha valido à pena ser vivido. Porque no final, tudo vira saudade... Boa sorte! Aproveite a vida e seja feliz...

O que aprendi com o Tempo

O que aprendi com o Tempo


No nosso dia a dia, costumamos nos ater as coisas corriqueiras e deixamos de lado o profundo, o belo e o essencial de nossas vidas.
Esquecemos de dizer coisas sinceras, amáveis, só pelo prazer de sermos apenas nós mesmos, livres, verdadeiros em um momento de pequena entrega aos nossos sentimentos.
Esquecemos até mesmo que sentimos...
Vivemos a pensar, a planejar, a pretender.
Meras pretensões que nem sempre  é possível  ver concretizadas. Fato é, que na maioria das vezes nos frustramos, sofremos indevidamente e claro, buscamos um culpado para nossas mazelas.
Bem, pensando nos velhos tempos de mim, começo a lembrar de como eu mesma não me reconheço mais, nas coisas que acreditava e que hoje, não fazem a menor diferença.
Revi meus conceitos e meus valores.
O que isso tem a ver com o essencial de cada um de nós, perderiam me perguntar... Qualquer manifestação de amor só se vive em plenitude, se postas de lado às convenções que a sufocam... Amar, portanto, é se dar.
Pensava eu, em minha ignorância, que precisava de um amor, como quem precisa de um porto seguro; até descobrir que amar só é seguro, quando estamos certos de nossos próprios sentimentos e nos lançamos por nossa conta e risco próprios, quando compreendemos a delicadeza deste sentimento, assim como suas nuances...
Amar é doação; receber é conseqüência. Mas amor não correspondido é como estar na penumbra de nós mesmos, porque não conseguimos nos enxergar no outro, porque não vemos reciprocidade; apenas vislumbramos o que mais se parece com uma imagem sem foco, ou seja, a ausência de nós e a eterna busca do que se pareça conosco, no outro.
E amar assim é só melancolia...
Quero mesmo é fazer amor, falado ou escrito, na carne ou na alma, quero é o amor.
Quero amor de pai e mãe, quero meus amigos ao meu lado, minha cama aquecida e meu coração invadido...
Assim, penso que aprendi a ver com o tempo, a poesia dos instantes, a beleza das pessoas e a preciosa efemeridade o amor.
Acho que finalmente descobri o que significa viver. Estou bem comigo mesma.
E em Paz...